O filme tenta ser inovador, ousado e moderno mesmo mantendo a sua essência,
mas acaba falhando na realização e acaba se auto-sabotando
Quando falamos de animações japonesas exibidas no Brasil, é quase impossível
não lembrar de Os Cavaleiros do Zodíaco, já que para os fãs brasileiros essa é
a animação mais importante já exibida no país (para muitos mais que o outro
clássico japonês – Dragon Ball Z). A exibição do desenho aqui no Brasil, veio
em 1994 quando a extinta Rede Manchete começou a exibi-lo, não demorou
para o troço virar febre entre as crianças e formar uma legião de fãs. A série
continha um certo peso dramático e cenas de batalhas banhadas a sangue, o que
até então era novidade para essa geração. Além de tudo isso, ela seguia uma linha
narrativa até então inédita, uma ordem cronológica que fazia com que o público
deseja-se aguardar ansiosamente os próximos capítulos.
Não demorou muito para que outros sucessos viessem para o nosso país
(tais como Sailor Moon e Yu Yu Hakusho), que ao lado de Saint Seiya foram
responsáveis por trazer revistas especializadas, álbuns de figurinhas e
brinquedos. Essa febre continuou trazendo frutos novos para a nova geração
(como Pokemon, Digimon e Yu-Gi-Oh!).
Saint Seiya teve antes desse mais dois filmes originais, que foram feitos paralelos
à obra de Masami Kurumada, alguns chegaram em nossos cinemas: A Batalha
de Abel (1996) e Prólogo do Céu (2004). Porém nenhum deles chegou ao
trabalho de A Lenda do Santuário, no qual tem lançamento mundial e objetivo de
comemorar os 40 anos de carreira do autor. A animação começou a ser planejada
em 2007, porém foi em 2010 , com o roteiro de Chihiro Suzuki e Tomohiro
Suzuki, que o longa-metragem, rodado em CGI começou a ganhar vida pela Toei
Animation.
Quando começaram a vazar as primeiras informações do longa e que ele
abordaria a clássica Saga do Santuário, muitas dúvidas começaram a surgir entre
os fãs: como eles fariam para condensar os 70 episódios, de 20 minutos, em um
filme de 1h30, sem que ela perdesse toda a sua qualidade. Isso seria possível?
Poderíamos dizer que sim, se não fosse os realizadores acreditarem tanto na
fama de seus personagens e esquecerem as regrinhas básicas do roteiro.
Já que em tese a proposta inicial era dar uma recrescência geral, modernizar uma
franquia de mais de 20 anos e conquistar a nova geração, mas o que eles acabam
falhando miseravelmente.
Dirigido por Kei’ichi Sato, a animação tem um primeiro ato razoavelmente
péssimo, mesmo apresentando a sua história e criando um background, faz
de uma maneira tão expositiva, que se torna quase idêntica ao didatismo
dos animes da época. O primeiro erro do filme pode ser notado no (não)
desenvolvimento e apresentação de seus personagens centrais – que são
Shiryu, Hyoga, Shun e principalmente Ikki, cuja tem uma participação quase
que insignificante. Apenas o casal centra do longa: Seiya e Saori, tem suas vidas
contadas e possuem uma personalidade própria. Seiya, por sua vez, está na
sua pior caracterização, de um adolescente “rebelde” agora ele tem um perfil
mais malandro e diálogos tosquíssimos, como podemos ver na primeira luta do
personagem, onde ele pergunta ao inimigo se ele já sentiu o cosmo queimar em
seu coração. Algo totalmente não cabível!
Porém quando pensamos que com a chegada dos Cavaleiros de Ouro, o longa
poderia ter uma reviravolta, somos surpreendidos negativamente. O longa só
piora com a chegada dos novos cavaleiros. Já com o tempo mais enxuto, Sato
se vê obrigado a correr e dar pulos enormes na trama e novamente não se
aprofunda as tais figuras, sem falar que as cenas de batalhas são curtíssimas
e quase não dão chance da plateia criar a catarse tão esperada. Só os fãs mais
velhos irão perceber algumas sacadas que já são marcantes porém para a nova
geração vão acabar boiando em várias situações.
Por outro lado, em aspectos visuais, o longa chama atenção não pelos cenários e
bonecos quase reais, alias, eles estão bem longe disso, mas ele chama a atenção
pelo jeito bem estilizado empreendido por uma equipe de produção competente.
As armaduras receberam um tratamento melhor, agora cada uma possui um
brilho mais cuidadoso assim como o sombreamento. A mixagem de áudio está
mais cuidadosa também, já que pela primeira vez é atenta ao som dos metais das
vestimentas, quando os cavaleiros se movimentam.
Muito aquém do que se aguardava, mas acaba cumprindo a sua função de puro
entretenimento, A Lenda do Santuário deve afugentar o público atual e apenas
tirar um leve sorriso dos antigos fãs. O saldo positivo aqui, é o reencontro de
velhos personagens que marcaram a infância de uma geração e que sempre são
lembrados em uma conversa sobre cultura pop.
NOTA: 4.0/10
Crítica por Marcelo Rodriguez
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