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Critica - Cidades de Papel

 

O gênero romance adolescente sempre existiu no universo cinematográfico, nos anos 80 fomos contemplados com várias obras clássicas desse gênero como: Gatinhas & Gatões, A Garota do Rosa Shocking, Garoto de Programa, O Clube dos Cinco, etc.. .

 
Porém o gênero perdeu força em um outro período mas ressurgiu com toda a força nos anos 2000, onde a febre das adaptações de best-sellers começou a tomar conta de Hollywood, porém de uns anos pra cá esse mercado ganhou uma força absurda e hoje muitas produções são adaptações de livros. Porém se pararmos para pensar, hoje assistimos a uma nova tendência desse gênero. São os filmes românticos que apesar de todo aquele clima de amor e toda a sua essência clássica, eles não possuem um final feliz, sendo na maioria trágicos ou pelo menos um tanto quanto infeliz, para a maior parte do público.


Quem começou a reformular essas histórias de amor, foi o escritor Nicholas Sparks, autor de vários livros de sucesso, sendo que 09 obras dele foram transformadas em filmes de sucesso. Foi então que novos autores resolveram se aventurar no mesmo campo, como é o caso de John Green, cuja a essência de suas histórias são sobre amores que poderiam dar certo mas que não dão. E o resultado não poderia ser outro, suas obras começaram a ganhar adaptações para o cinema, sem esse aqui o segundo filme baseado em um livro do autor.


Cidades de Papel conta a historia de Quentin ou como seus amigos o chamam, “Q” (Nat Wolff), uma garota que está preste a se formar na escola e que nutre uma paixão por Margo, ou “M” (Cara Delenvigne), que o conhece desde quando eram crianças. No entanto, o ensino médio acabou afastando um do outro, até o momento em que “M” entra no quarto de “Q”, convidando-o a ajudá-la em um plano de vingança. Margo desaparece, deixando pistas de seu destino para Quentin.


Para quem nunca leu o livro, ambos se desenvolvem na busca de Quentin e seus amigos por Margo, fazendo que os jovens caiam na estrada e atravessem uma boa parte dos Estados Unidos atrás da jovem. Seguindo a mesma linha dos últimos filmes adolescentes, onde o protagonista é visto como um perdedor por todos a sua volta e tudo isso acaba mudando na metade do longa, aqui essa mesma linha é mantida porém acaba não sendo o foco principal do filme. Se por um lado muitos podem enxergar Cidades de Papel como “Road movie” adolescente, é que não conseguiram captar a essência da história e principalmente de sua mensagem, é sobre o amor e a maneira que montamos as nossas idealizações sobre as pessoas, aqui no caso Quentin sobre Margo.


O elenco formado por Nat Wolff, Cara Delenvigne, Austin Abrams, Halston Sage e Justice Smith, estão muito a vontade representado seus papeis. Nat Wollf foi feito para interpretar Quentin, pois durante o tempo todo do filme, sentimos as mudanças que vão ocorrendo com ele e seus pensamentos, já Cara Delenvigne que foi muito criticada quando anunciada segurou bem sua estreia nos cinemas, e tenho a dizer que a atriz fez muito bem o papel de Margo. Dos amigos sem sombra de dúvidas, quem merece maior destaque é o ator Austin Abrams, que interpreta o melhor amigo de Quentin. Cabe a ele os momentos mais engraçados da trama e também as melhores reflexões.


Além disso, Cidades de Papel é uma ótima referência a universo jovem atual e passado, já que temos referências indo de Game of Thrones até por um momento hilário de Pokemón.


Tudo funciona em Cidades de Papel, o trabalho funciona de uma maneira tão harmônica, que parece que estamos do lado de Quentin e seus amigos. A direção de Jake Schreir pode ter sida um tanto ousada no inicio da projeção porém depois tudo flui com muita naturalidade.


Cidades de Papel é um filme praticamente nostálgico sobre a adolescência e que o cinema precisava já fazia um tempo, ouço dizer que ele já é um dos melhores filmes adolescentes desde As Vantagens de Ser Invisível. Com vários momentos de reflexões, o filme consegue fazer a gente parar e pensar um pouco sobre quem somos, nossos amigos e sobre as pessoas que idealizamos.

Essa é mais uma ótima adaptação dos livros de John Green e com certeza será mais um sucesso entre os jovens e os não tão jovens.

P.S.: Há uma participação pra lá de especial na metade do filme

Nota: 9.5/10
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