AVISO: VOLTAMOS EM 27 DE JUNHO COM UM NOVO SITE E UM CANAL NO YOUTUBE.

Notícias

Notícias

Crítica - Made in The A.M. - One Direction


E como eles apareceram, eles se vão. Cinco anos após Simon Cowell juntar cinco jovens no programa britânico The X Factor, os (agora quatro) mesmos jovens entram em um chamado hiato, mas com cara de despedida.

Não é difícil entender a febre que foi One Direction. Cinco jovens com rostos, estilos e vozes prontos para atraírem todas as adolescentes que batessem o olho e os ouvidos neles. A fórmula é simples, já aconteceu diversas vezes, seja com os Backstreet Boys, ou com NSYNC ou com qualquer outro grupo de jovens, mas ela não cansa de funcionar. E como funcionou, embalando hits em cima de hits, a Boy Band se viu menor com a saída de Zayn, ainda no começo do ano. Rumores sobre uma possível separação se espalharam, e um hiato foi confirmado pelos próprios membros. Antes desse hiato, no entanto, eles lançariam seu quinto álbum em cinco anos, e 'Made in The A.M.' é exatamente o que os fãs não queriam, uma despedida.

'Drag Me Down' puxa o carro do começo do álbum após a fraca 'Hey Angel', e é o mais próximo do ritmo e estilo que ditou a carreira musical da Boy Band. As letras são claramente sobre os comentários e acontecimentos que levaram a banda a ficar desacreditada, e a batida o Pop que os trouxe até onde estão. 'Perfect' é uma clara resposta à 'Style' de Taylor Swift, e entra numa briga forte para se saber qual das duas tem mais qualidade. 'Infinity' e 'End of The Day' não são muito diferentes de trabalhos anteriores. Apesar de estarem um passo mais perto de algo que podemos chamar de Perfeição Pop, as músicas do começo do disco são um claro presente aos fãs que se recusam em parar de enxergar os meninos de antes.

A verdade é que agora Harry, Louis, Liam e Nial querem evoluir, se desprender e quem sabe voar por conta própria. Se Beatles foi a maior inspiração do grupo durante seus anos de estrada, aqui eles tentam finalmente chegar próximo deles em variedade e qualidade. Tudo, desde as regadas a violão 'History' e 'I Want To Write You a Song', que mais do que evocam a banda britânica, mas praticamente a reproduzem à 'Never Enough' que construída a palmas e estalares de dedos lembra um pouco da inovação e surpreende a todos aqueles que estavam acostumados a batidas Pop remixadas para parecerem diferentes. 'If I Could Fly' traz o grupo de Lennon, McCartney, Harrison e Ringo diretamente a cabeça com sua entrada de piano, enquanto a viajante, distante, e provavelmente melhor música do álbum, 'What a Feeling' não seria possível não fosse a evolução do One Direction, e vontade de se aproximar da maior banda de todos os tempos em todos os sentidos.

Mas apesar de toda a clara influência e inspiração, o álbum ainda tem espaço para a reinvenção e para experimentar novos horizontes. Vocalmente todos os cantores saíram da zona de conforto, e junto às batidas e musicalidade retrô estão elementos novos. 'Wolves lembra a musicalidade dos anos 50, e 'Temporary Fix' começa tão Beatles que é difícil dizer que é One Direction, e ambas avançam a ponto de se tornarem algo próprio, e de certa forma algo inédito. 'Olivia' é liricamente baseada na banda britânica, mas é um território totalmente novo e mérito próprio da Boy Band, que conseguiu construir uma canção tão boa e tão original, mesmo com o gosto de passado. 

Não se pode esquecer que o álbum todo soa como uma despedida, mas principalmente como um olhar sobre tudo que passou. As letras simples de amor foram substituídas por narrativas sobre relacionamentos, pessoas e até aspectos de suas vidas. Os feitos passados são relembrados de forma nem feliz, nem triste, e que sempre apontam para a incerteza do que está por vir, com a certeza de que esse é o caminho a tomar. 'Love You Goodbye' foi posicionada estrategicamente no meio do disco, e sua mensagem não poderia ser mais clara.

One Direction chega à sua pausa com o sentimento de dever cumprido e com um álbum digno de artistas amadurecidos e que realmente tem algo para contar. Enquanto podemos ficar felizes com o resultado deste que é de longe seu melhor trabalho, fica a dúvida de até onde poderiam eles chegar caso continuassem com essa evolução. 'Made in The A.M.' é um álbum para os fãs, para a música e principalmente para eles próprios. Um registro que foge do comum de uma Boy Band. É preciso parabenizá-los, pois eles acabaram de elevar o conceito de música Pop da sua própria forma.

4.0/5.0

Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário

O melhor do entretenimento