Ontem, 30 de Agosto de 2015, o mundo do cinema perdeu uma das mentes mais criativas do cinema, Wes Craven. O diretor de sucessos como “Pânico” e “A Hora do Pesadelo” morreu aos 76 anos de idade vítima de uma câncer no cérebro. Pensando numa maneira de homenageá-lo, a equipe do Supertenimento selecionou os 5 melhores filmes de Craven. Confiram agora:
Pânico (Scream, USA, 1996, 111min)
Nos finais dos anos 70 os Slasher Movies acabaram se transformando numa febre de Hollywood, proporcionando filme como Halloween, Dia dos Namorados Macabro, A Hora do Pesadelo e outras produções levaram plateias para se divertir e assustar dentro das salas de cinema. Porém com o passar dos anos, esses filmes acabaram perdendo o fôlego e o gênero acabou desaparecendo das salas de cinema. Foi então que em 1996, Wes Craven (mesmo diretor de outra franquia de sucesso A Hora do Pesadelo) resolveu trazer de volta a jogo esse universo. Estreava no mundo todo uma das franquias mais adoradas e aclamada pela crítica e público do cinema de terror, Pânico. A premissa era bem simples: Um serial Killer, fanático por filmes de terror, vem espalhando medo e morte em uma pequena cidade do interior da Califórnia. O filme revitalizou o gênero nos anos 1990 de forma semelhante à que Halloween de 1978 fez na segunda metade dos anos 1970, utilizando um conceito que combinava cenas assustadoras com diálogos que satirizavam os clichês dos filmes de terror. A franquia tem ao todo 4 filmes e uma série de TV. O elenco do filme teve nomes de peso do nosso cinema como: Neve Campbell, Courtney Cox, David Arquette, Drew Barrymore, Jada Pinkett Smith, Emma Roberts, Kieran Culkin, Patrick Dempsey e vários outros nomes que foram perseguidos pelo Ghostface.
A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, USA, 1984, 91min)
“One, two, Freddy's coming for you!” quem não se arrepiava só com o comecinho da letra macabre desse filme ou então vendo as garotinhas cantando e pulando corda. O que podemos dizer é que Wes Craven criou um dos universo mais emblemáticos e assustadores do cinema nos anos 80. A Hora do Pesadelo seguia uma premissa bem simples: um grupo de adolescentes que são aterrorizados em seus pesadelos pelo fantasma de um psicopata assassino de crianças chamado Freddy Krueger. O filme, mesmo com pouca publicidade, teve um bom desempenho comercial, sendo divulgado principalmente verbalmente por pessoas que assistiram e gostaram do filme. Estreou nos Estados Unidos no dia 9 de novembro de 1984, sendo apresentado em 165 cinemas pelo país e em seu fim de semana de estreia arrecadou 1.270.000 de dólares.Ao todo o filme arrecadou, aproximadamente, 25 milhões de dólares apenas nas bilheterias americanas. A Hora do Pesadelo contou com seis filmes produzidos, um remake feito em 2010 e um spin-off lançado em 2003.
Música do Coração (Music of the Heart, USA, 1999, 123min)
A grande surpresa com esse filme foi justamente o fato de ele ter sido dirigido por Wes Craven, diretor cujo nome está associado ao cinema de terror, tendo lançado títulos que são referências, como “Aniversário Macabro” (1972), “Quadrilha de Sádicos” (1977), “A Hora do Pesadelo” (1984), além da saga “Pânico” (1996 - 2011). Praticamente toda a filmografia de Craven é recheada de filmes que definitivamente passeiam longe do gênero de Music of the Heart, filme que, aliás, ele só dirigiu sob a condição de também dirigir o terceiro episódio da série com o ghost face, já que ele queria se livrar da franquia da qual ele e Kevin Williamson foram criadores. Aqui temos a história real de Roberta Guaspari, dona de casa cuja vida virou de cabeça pra baixo quando seu marido a abandonou e, por incentivo da mãe e de um ex-namorado, decidiu tentar uma vaga como professora de violino numa escola pública, local no qual obteve sucesso e apoio do governo por dez anos. O choque acontece quando se descobre não haver mais incentivo financeiro público para as aulas, implicando no fechamento do curso de violino, o que obriga Roberta e todos os envolvidos no programa de ensino a encontrar meios alternativos de financiar as aulas. Como diretor, Craven não parece ter feito muito, é bastante simples e não há que verdadeiramente o faça notar. Suas produções de terror são claramente mais suas do que esse filme, que poderia ter sido dirigido por qualquer outro diretor e que nós provavelmente não notaríamos tanta diferença. É uma obra linear que tem seus bons momentos, mas que está longe de ser ruim ou de ser muito boa.
Voo Noturno (Red Eye, USA, 2005, 85min)
Saindo do banho de sangue que o diretor estava acostumado a entregar para o público em Pânico ou A Hora do Pesadelo, Craven partiu para um suspense mais psicológico e claustrofóbico. Voo Noturno narra a história de Lisa Reisert (Rachel McAdams) que detesta voar, mas precisa realizar uma viagem ao Texas quando sua avó morre. Ela decide retornar a Miami, onde mora, no último voo disponível, mas uma forte tempestade faz com que a decolagem atrase. Enquanto espera ela conhece Jackson Rippner (Cillian Murphy), um homem charmoso e gentil que lhe faz companhia. Ao entrar no avião ela fica surpresa com o fato de que Jackson está na poltrona bem ao lado da sua. Wes Cravem optou por não fazer desse filme um festival de sangue ou cenas de ação, então não há aquelas famosas cenas de tomada do controle do avião com metralhadoras. O suspense vai aumentando e assim como a personagem de Rachel McAdams, ficamos esperando o que vai acontecer. O filme funciona muito bem até uma certa parte, porém acaba entregando um desfecho um tanto quanto previsível ou até mesmo clichê. Em um época em que os Estados Unidos ainda vivia a sombra dos ataque de 11 de Setembro, Voo Noturno conseguiu assombrar mais que um filme de terror.
Quadrilha de Sádicos (The Hill Have Eyes, USA, 1977, 89min)
Depois de chocar plateias do mundo inteiro e ser banido de alguns países, Wes Craven voltava a espalhar medo e sangue nos cinemas. O segundo filme do diretor transporta agora outra família para um cenário bem mais aterrorizante: o deserto de Nevada. A premissa do filme é essa: Os Carters estão indo à Califórnia. Antes de chegar, eles têm que viajar por um deserto de Nevada para dar uma olhada em uma antiga mina de prata, deixada para eles como parte de uma herança. Apesar das advertências de um atendente de um posto de gasolina, a família vai para fora do caminho batido e acabam presos num ambiente deserto quando seu trailer quebra. Percebendo que estão no meio do nada, o ex-policial Big Bob e seu genro Doug caminham em direções opostas, na esperança de conseguir ajuda. O restante fica, junto com os cães da família, que começam a latir e agir de um modo esquisito. Logo, fica claro que estão sendo observados por um faminto grupo de canibais. Desde o início o filme dá a sensação de isolamento, formando uma atmosfera antes mesmo de haver algum susto ou violência. Os vilões demoram certo tempo até aparecerem, mas antes disso nada se torna maçante ou cansativo. Se antes, Craven havia criado uma trama que era quase que psicológica, imaginativo, tudo no segundo ato muda e acaba tornando-se físico, visceral. As mortes conseguem chocar qualquer um e fica aquela pergunta no ar: Quem será o próximo a morrer? Afinal qualquer um da família está a espera da morte naquele cenário. Em 2006, um remake foi levado para os cinemas e conseguiu transportar de uma forma mais bruta, o que Craven havia criado. Quadrilha de Sádicos consegue ser superior ao seu primeiro filme como diretor, nos entregando uma história mais centrada mas com a mesma dose de violência do primeiro filme do dele.
Com 26 filmes dirigidos, Wes Craven vai deixar a todos um legado de terror e saudosismo, por ter criado personagens icônicos para a cultura pop e principalmente por ter renovado o cinema de terror.
E para vocês quais são os melhores filmes do diretor?