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Crítica - Entre Abelhas




Fábio Porchat nem pensava em se tornar um dos nomes mais requisitados da indústria do entretenimento brasileiro quando teve a ideia do roteiro de “Entre Abelhas”. Ao lado do diretor Ian SBF, eles levaram mais de 10 anos para conseguir levar o projeto para fora do papel. Tudo isso claro com a ajuda do sucesso do canal de Fábio, o “Porta dos Fundos”.


E por se tratar de um filme estrelado pelo ator, muitos irão julgar que o filme é uma comédia das mais escrachadas, vide “O Concurso” e “Meu Passado me Condena”, porém quem for realmente assistir ao filme irá se surpreender. O longa nada mais é que um drama com leves doses de humor, para tratar um assunto sério de uma maneira que a sessão não fica tão carregada no drama.
Para quem estava a procura de um cinema brasileiro que fugisse daquele padrão comercial, vai se surpreender com esse aqui.


A trama do filme é a seguinte: Bruno (Fábio Porchat) , um editor de vídeos, recém-separado, que sem mais, nem menos começa a deixar de ver algumas pessoas. Com o fim do casamento, ele vai morar com sua mãe (Irene Ravache), sua principal aliada na busca de respostas para este fenômeno.


A maneira que o roteiro foi escrito é sensacional e inteligente, deixando que o assunto em si abordado não soe tão melodramático e ganhe um toque mais leve para se encarado por todo o público. E o mais sensacional dele é que podemos tirar duas conclusões dessa história: uma seria sobre o futuro da humanidade e a outra seria apenas mais um realismo fantástico. Mas é essa questão que torna tudo inteligente, o cinema brasileiro não está acostumado a criar histórias assim e claro, que quando resolve nem sempre somos surpreendidos por algo bom. Porém aqui é tudo feito de uma maneira tão bem desenvolvida que esquecemos as outras tentativas.


Tanto Ian quanto Fábio desenvolveram um projeto em que mostra o ser humano cada vez mais pensando em si e esquecendo que convive em uma sociedade e que todos os atos podem sim influenciar a vida dos outros. Os dois personagens que melhor representam isso, é Davi (Marcos Veras), que é o “melhor” amigo de Bruno porém ele só está preocupado nas coisas que afetam a sua vida e de ninguém mais, mesmo vendo que seu amigo está em uma depressão profunda, ele não manifesta em momento algum, um apoio ou ajuda. 
Enquanto que Nilo (Luiz Lobianco) representa um ser humano que por servir a outro é trato com um objeto sem importância e a partir desses contrapontos que vai se construindo uma narrativa brilhante desse drama.
Não sei ao certo onde Alexandre Ramos, o diretor de fotografia, foi buscar inspiração mas ao meu ver existe uma certa influencia de filmes semelhantes ao assunto tratado aqui, como a fotografia do drama Ela, por exemplo.

 


O elenco está de parabéns e não há ninguém que se sai melhor do que o outro. Fábio Porchat, claro, merece todas as palmas, porque ele simplesmente conseguiu mostrar um outro lado que poucos conheciam. Se no começo do longa você fica com aquela dúvida se o filme vai caminhar pro lado da comédia, devido a super exposição do ator, no final você sai com certeza surpreendido com sua atuação. A talentosa Irene Ravache está brilhante como sempre e Marcos Veras e Luis Lobianco se saem bem também.


“Entre Abelhas” ao lado de outra produção nacional, “Casa Grande”, lideram a lista dos melhores filmes nacionais de 2015. Porém aqui o filme soa mais divertido, inteligente, de uma compreensão fácil e ao mesmo tempo aborda um assunto seríssimo, que é a depressão, sem torná-lo monótono. Vá assistir sem medo!

Nota: 8/10
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