AVISO: VOLTAMOS EM 27 DE JUNHO COM UM NOVO SITE E UM CANAL NO YOUTUBE.

Notícias

Notícias

Crítica - Ponte de Espiões


Se você, assim como eu, achava que essa poderia ser uma colaboração abaixo das expectativas destes que podem muito bem ser os melhores em suas áreas, está incrivelmente enganado.


Talvez 'Ponte de Espiões' não seja um dos favoritos ao Oscar, ou um dos primeiros filmes nas listas de fim de ano, mas sua qualidade é inegável. Inegável, no entanto, por dois fatores. O primeiro deles é de um dos maiores diretores (se não o maior) de todos os tempos, Steven Spielberg não mais dirige, e sim dá aula. O segundo fator sendo Tom Hanks, também um dos melhores se não melhor ator de todos os tempos, é praticamente impossível algo dar tão errado que não seja ótimo. 


A história é sobre dois espiões, Francis Gary Powers dos Estados Unidos, e Rudolf Abel da União Soviética. É trabalho de James B. Donovan, advogado do espião soviético, realizar a troca entre os prisioneiros, enquanto um estudante americano tenta atravessar o muro e é preso como espião na Alemanha Oriental (Abel sendo preso da Ocidental), o que coloca Donovan em uma posição complicada entre fazer o certo, e o que lhe foi mandado.


O enredo é um tanto quanto batido e simples, sendo uma história secundária (se não terciaria) da Guerra Fria, sem focar em momento algum em combates ou cenas de bombardeio. O mais próximo disso são as cenas do Muro de Berlim, que apesar de pouco trabalhadas foram apresentadas de forma incrivelmente simples, como se aquela realidade fosse comum, e era naquela época. 


Os personagens foram trabalhados de forma que fosse apresentado o que seria importante. Nenhum deles vai figurar como um clássico do cinema, ou um ícone, apesar do ótimo trabalho de todos os atores. Mark Rylance e seu Rudolf Abel seriam o mais próximo disso. E feliz, ou infelizmente, quando Tom Hanks interpreta alguém, ele é Tom Hanks, em toda sua grandeza. James B. Donovan também é um personagem real, e ajudou na troca ou libertação de mais de 1.000 prisioneiros enquanto vivo, e para lhe representar ninguém melhor do que alguém que vai fazer exatamente o que deve ser feito, do jeito que deve ser feito, mas ainda sim com a impressão de que ele sabe que o que está fazendo não é algo comum. 


Vejo Hanks e Spielberg sendo indicados a diversos prêmios, o enredo muito relevante, mas pouco dramático e um tanto anti-climax (com o único ápice sendo na maravilhosa cena da ponte) deve segurar o filme para fora das maiores indicações. Não é o melhor trabalho da carreira de nenhum desses dois titãs do cinema, mas é mais um motivo para apreciá-los como tais.

Nota: 8.0/10
Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário

O melhor do entretenimento