Os videoclipes são extremamente importantes para a indústria
fonográfica. Desde que Michael Jackson popularizou mundialmente o formato, e o
tornou em uma nova forma de fazer arte, os vídeos se tornaram muito mais do que
apenas uma promoção para a música em si, e começaram a ter seu brilho próprio.
Segue nosso especial com os melhores e piores clipes da primeira metade de
2015.
É impossível falar de 2015 na música sem mencionar Taylor
Swift. A cantora iniciou o ano com a sombra de dois singles número 1 na Billboard,
e continuou seu sucesso com ‘Style’. O vídeo, assim como a música, voltou ainda
mais aos anos 80, e com as jogadas visuais e cortes de imagem, entregou o
segundo melhor clipe lançado de ‘1989’. Segundo melhor por conta de ‘Blank
Space’, pois apesar de todo o barulho e sucesso, ‘Bad Blood’ foi mais uma
superprodução, que impactou mais pelo seu visual do que por seu conteúdo, o que
não o torna um vídeo ruim, mas Hollywoodiano demais para a atual era da
cantora.
A única cantora que prometera lançamentos para 2015, e tinha
condições de desbancar Taylor era Rihanna. A mesma ainda não lançou seu oitavo
disco, mas ‘FourFiveSeconds’ foi um grande avanço. O vídeo é puramente
artístico, conta com todo o carisma dos três envolvidos e não falha em
colocá-los um ao lado do outro sem fazer parecer algo forçado. A simplicidade e
naturalidade com que Rihanna agiu na filmagem são grandes destaques, além do
figurino e da bela edição de arte. ‘American Oxygen’ foi um tanto menos
impactante, contou com Rihanna novamente bem em frente as câmeras e imagens
controversas sobre guerras e demais problemas americanos. Não é um vídeo ruim,
mas não chegou perto do primeiro.
Os novos talentos se fizeram presentes nesse começo de ano. Shawn Mendes lançou ‘Stitches’ e
Fifth Harmony emplacou ‘Worth It’. O primeiro mais inovador, e prova que
o cantor está se firmando como o novo Justin Bieber, quando em começo de
carreira, enquanto o quinteto feminino lançou um clipe simples, com
coreografias não muito apelativas, mas que não deixam de ser atrativas. O
grande destaque entre estes é ‘Black Magic’ que apesar de acompanhar uma música
infantil e pouco interessante, teve produção de filmes adolescentes, e contou
com uma atuação decente sobre uma história clichê, mas divertida.
O melhor álbum do ano até aqui também está bem representado
nos vídeos. ‘To Pimp a Butterfly’ de Kendrick Lamar teve dois vídeos lançados
em 2015. O primeiro, ‘King Kunta’ mostra Compton de uma forma bonito e animada,
e evoca Kendrick em meio às pessoas que o viram crescer de perto, enquanto
apresenta seu local de nascimento ao mundo, e ainda fazendo referências à
Tupac, dançando em cima de um telhado também usado pelo Rapper em um vídeo. Já
em ‘Alright’, música que é menos carregada que a outra citada, o tema do vídeo
foi uma provocação à policia por repreender os negros e contou com Kendrick em
um carro carregado por quatro policiais brancos. Com uma ótima direção e
ousadia por parte do Rapper, ‘Alright’ é um dos vídeos mais polêmicos e
interessantes do ano.
Ainda no Rap, Big Sean viu um aumento em sua popularidade
após o lançamento de ‘Dark Sky Paradise’ e o fim de seu namoro com Ariana
Grande. Após o sucesso de ‘I Don’t Fuck With You’, ‘Blessings’ foi lançado
junto à Kanye West e Drake, e se beneficiou da temática escura dada ao vídeo,
fazendo uma bela representação do que o álbum quer dizer. ‘All Your Fault’ e ‘I
Know’ foram recentemente lançados, e o destaque vai para o primeiro que, também
com West, mostra que vídeos passados em festas ainda podem ser interessantes. É
cru e não enfoca em mulheres ou em cenas apelativas, tem apenas os dois Rappers
com uma performance carregada em meio à varias pessoas em um clube, e isso
funciona muito bem.
Na américa do sul, tivemos o final de uma das séries mais populares feitas no continente para adolescentes. Violetta terminou e deixou para os fãs a música e o clipe de 'Crescimos Juntos', trazendo o melhor da série que durou dois anos e mais de 200 episódios, se tornando um dos maiores sucessos da Disney por aqui.
E por fim, Nicki Minaj e Beyoncé lançaram a continuação de
‘Flawless’, e ‘Feelin Myself’ não deixou a desejar. Apesar de a música não ser
tão grande como a primeira, o vídeo compensa. Beyoncé em um maiô do Bulls e
Nicki Minaj com seu cabelo natural (?) são coisas a serem comentadas. Ambas
esbanjaram carisma e tornaram um vídeo clichê, com produção simplista, em que
elas se vêem em festas, piscinas e próximas a carro enquanto falam de si
mesmas, em uma bela obra e fácil de se querer ver de novo.
Um último destaque vai para o vídeo mais simples desta
lista, mas mesmo assim o mais profundo. The Weeknd lançou ‘The Hills’ em 27 de
Maio, e para seguir a canção que flerta a assombração com a paranóia, o vídeo
mostra o cantor saindo de um acidente de carro, e caminhando pelas ruas
sangrando. Com um significado profundo e inteligente, mas difícil de ser
desvendado se não se prestar atenção, ‘The Hills’ é o melhor trabalho da
carreira de The Weeknd até agora, e caso não entenda o significado do vídeo,
pare-o no meio e observe a explosão do carro enquanto a linha de baixo começa
que o vídeo vai valer a pena.
Para começar a pior parte, é triste, mas devemos lembrá-los de ‘Pretty
Girls’. Não se sabe o que é pior aqui, a música, Britney Spears, ou Iggy
Azalea. O vídeo é extremamente fraco e apenas piora a canção que tem como
principal objetivo falar “Ao redor do mundo, há garotas bonitas”. As cantoras
entraram na base da vergonha alheia, com roupas e cenários ridículos e com
participações ainda piores do que as próprias.
No Brasil tivemos mais um show de horrores. Você, que ama a
música brasileira, há de reconhecer que os poucos clipes lançados aqui apenas
se somam e se esquecem ao final do ano. A grande vencedora, no entanto, foi a
jovem Lexa, que nada mais é que uma cópia de Anita e já se acha a nova rainha
da música brasileira, coisa que a última também não se tornou. Clipes
sertanejos e de Funk não serão comentados, pois algo que não se leva a sério, e
só envolve filmagens em meio há uma paisagem de interior não pode ser
considerado um videoclipe de verdade.
Um destaque triste deve ser feito para Jason Derulo. ‘Want to Want Me’ é, de longe, sua melhor música, e um dos melhores lançamentos do ano, mas o vídeo faz o oposto da canção. Enquanto ela pode ser ouvida em praticamente qualquer ambiente, o vídeo pode constranger. Não é ruim, e pode muito bem ser apelativo para jovens, mas se Derulo tem intenção de se tornar aceito universalmente como seu grande ídolo (Michael Jackson), deve saber aonde focar sua carreira em todas as formas de música.
Mariah Carey também merece um destaque negativo. 'Infinity' não é nem uma inovação, e nem relembra as boas fases da cantora. Seria melhor se ela se apegasse mais a qualidade do que à hits em uma fase tão elevada da carreira.
E por fim, Madonna, você não precisava de ‘Rebel Heart’. Um
disco que foi feito para nos falar o que Madonna é sendo que toda a carreira
dela foi focada nisso. Um disco com músicas mal produzidas, com vocais ruins, e
sem quase nada da qualidade que a tornaram uma estrela. E para piorar, um vídeo
auto degradante, de uma mulher de 57 anos que não se contenta e parece não
saber se comportar como a titã que é. Madonna pode tentar ser sexy, ou seja o
que for que ela tentou neste vídeo, mas não pode nunca deixar isso cair para o
ridículo.