Critica - Samba
Diferentemente de ‘Intocáveis’, ‘Samba’ não aposta no humor como seu ingrediente principal, e embora ele esteja presente são as dificuldades que fazem a trama fluir.
Embalado por uma ótima atuação de Omar Sy como o personagem principal, o longa, baseado no livro de mesmo nome, conta a história de Samba Cissé, um Nigeriano ilegal na França, e em meio a dificuldades com a sua legalidade no país conhece uma executiva (Charlotte Gainsbourg) que, de licença do trabalho por conta de depressão, o ajuda nas mais diversas situações.
O filme tem passagens de tempo não reveladas, mas tudo dentro do limite de um ano, no qual Samba pode apenas trabalhar em “bicos”, por conta de ter a obrigação de deixar o país.
Tais passagens envolvem evoluções dos personagens, enquanto os mesmos são construídos de forma inteligente pelo diretor. Destaque para o falso brasileiro de nome Wilson (Tahar Rahim) é o principal alívio cômico e adiciona a leveza que o filme precisa para não se tornar depressivo.
Falta um grande clímax, ou uma grande resolução para tudo, sendo que o filme acaba de uma forma meio obrigatória, se utilizando de um personagem menos do que coadjuvante no ato final.
Ver Charlotte como uma mulher extremamente frágil, pouco tempo depois de a atriz ter estrelado ‘Ninfomaníaca’ também pode ser um choque para os espectadores, e a crueza e falta de brilho do filme são seu principal ponto, mas podem afastar os mesmos.
Apoiado na grande atuação de sua estrela principal, e não tendo uma história definida para contar, ‘Samba’ é um belo filme e que deve agradar a maioria das pessoas que forem vê-lo.
Não vai tocar profundamente, ou até mesmo te deixar melhor depois dele do que antes, como ‘Intocáveis’ fez, mas é um pouco mais do que um simples entretenimento.
Nota: 7.0/10
Critica feita por Marco Olivera