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Crítica - Mad Max


É difícil imaginar um jeito melhor de reiniciar uma franquia do que como foi feito com o quarto filme da série de Australiana de George Miller, 'Mad Max - Fury Road'. Foram mais de 30 anos após o lançamento da trilogia inicial, e nem o tempo, nem a troca dos atores principais impediram o filme de se tornar um espetáculo. Durante as exatas duas horas, 'Mad Max' tem tudo o que tornou a série então estrelada por Mel Gibson em um clássico da época, além de segurar durante décadas o título de filme mais rentável de todos os tempos.

O filme simplesmente não para. A primeira sequência dura meia hora e conta com efeitos e edição de som dignos de Oscar, com pouca ou nenhuma fala ou explicação do que acontece. Não precisa se saber muito, é um mundo devastado onde os mais simples recursos (água, petróleo, munição etc) são escassos, e uma "organização" deformada pela guerra comanda algo parecido com uma cidade. "Mad" Max (Tom Hardy) é um prisioneiro, e por conta de sua condição sanguínea é utilizado como bolsa de sangue para os membros da organização, até que após uma tentativa de Furiosa, personagem de Charlize Theron, de resgatar as esposas do chefe dos "Meninos da Guerra" (interpretado por Hugh Keays-Byrne), Max consegue escapar e decide auxiliar na missão de Furiosa. O resto do filme gira em torno de sua viagem à uma terra de paz, e da perseguição que sofrem por conta dos vilões.


É preciso destacar, elogiar, parabenizar, e todos os outros adjetivos possíveis para o elenco. Hardy e Theron fazem atuações limpas, sem se arriscar de mais, mas sem deixar de impressionar. O psicológico de Max é pouco exposto, o que sugere que em filmes futuros possamos ter as explicações que completem sua história, mas mesmo assim o personagem se torna extremamente fácil de se gostar por conta da apresentação cheia de trejeitos, manias e sem estereótipos de Hardy. Nicholas Hoult tem, em uma das primeiras vezes na carreira, um brilho próprio e único. Representando Nux, um dos "Meninos da Guerra", o ator fica praticamente irreconhecível, graças a maquiagem (maravilhosa e também digna de Oscar), e mostra uma forma de atuação vários níveis acima de tudo que o ator já tenha feito, expondo uma loucura ingênua, sendo estranho apenas para quem não vive na mesma sociedade em que o filme se passa e terminando com uma morte digna e memorável.

A ousadia de Miller continua afiada. A falta de falas já era algo comum, mas agora elas funcionam apenas como transição entre cenas, e muitas vezes se limitam a gritos. As cenas de destruição são de outro mundo, e assim como a trilogia inicial fazem o extraordinário ser tão visceral que parece realmente possível de acontecer. Sem enfoques errados, e com atenção dada a todo o movimento do corpo e não apenas ao rosto dos atores, aliado à maravilhosa ambientação, tornam o filme um espetáculo visual e capaz de prender até o mais tedioso dos espectadores.


O único porém do filme é sua dificuldade. Sim, 'Mad Max' é um espetáculo do começo ao fim, e vai prender todo aquele espectador que souber o que o espera, mas boa parte do público leigo vai julgá-lo como apenas mais um filme de ação em um mar vasto sem prestar atenção no que merece destaque. A falta de sangue, e de mortes escancaradas na tela dão um contraponto à dificuldade do longa, e foram muito bem pensados por Miller. As poucas sequências emotivas, e a cumplicidade e diversidade de sentimentos envoltos entre as esposas de Immortan Joe também são atrativos a mais, além das explosões, perseguições e tiro que se empilham ao longo do filme.


'Mad Max - Fury Road' foi um golpe certeiro para a franquia e uma forma maravilhosa de revigorá-la. Com o bom resultado nas bilheterias, e com uma possível grande quantidade de nominações à estatuetas e todos os demais prêmios entre o final de 2015 e começo de 2016 (torcendo para que dessa vez a franquia seja reconhecida pela Academia), é de se esperar pelo menos mais duas sequências, o que pode aumentar ainda mais a quantidade de fãs do filme que já é um clássico Cult. 'Mad Max' é um espetáculo em todas as áreas da produção cinematográfica, e mesmo que não seja fácil de ser tragado por alguns espectadores, em algum momento, dentre as duas horas de alucinação, deve fazê-los se levantar na poltrona, e ficar ansiosos para o próximo desfecho.

9,5/10 


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