A principal pergunta que deve ser feita é: o que Madonna está tentando fazer?
Um registro com o nome de ‘Rebel Heart’ se encaixaria melhor
para uma jovem de 20 anos do que para uma titã de 56, mas o ponto principal não
é o foco do álbum, que na verdade quer mostrar que Madonna é … Madonna? Uma
rebelde que mistura o sagrado com o profano e que não se importa em ser sexy ou
polêmica, sim Madonna, essa é você há mais de 30 anos, não precisamos de um
álbum para nos contar isso.
Se fosse um disco que dissertasse sobre toda sua carreira e
seus pontos então teríamos algo admirável, mas o que temos aqui é uma produção
fraca, que não favoreceu em nada seus vocais e não impulsionada pelo repetitivo
foco lírico. O começo é muito promissor, e as três primeiras faixas além de
serem os principais destaques abrem o álbum de forma intensa e intrigante, imaginando como Madona moldará o resto do disco, mas
depois disso só o que temos são canções fáceis e previsíveis.
‘Unapologetic Bitch’ e ‘Bitch I’m Madonna’ são o ápice do
genérico, enquanto ‘Body Shop’ que apesar do título batido parecia ser uma
promessa, desvia totalmente do foco óbvio para um pior. ‘Illuminati’, apesar de
ser produzida por Kanye West, é uma música que não precisava existir em sua
totalidade e ‘Holy Water’ é Madonna retornando ao que sobrou de ‘Like a Prayer’.
Mas como já mencionado, ‘Living for Love’, ‘Devil Pray’ e ‘Ghosttown’ são
canções aproveitáveis e o que salvam o registro da monotonia.
‘Rebel Heart’ não é um álbum ruim, só não adiciona nada de
novo para aqueles que não são fãs da Rainha do Pop, título que sim, Madonna
manterá para sempre, pois tudo que ela conquistou não pode ser apagado. Falta
decidir o que ela quer fazer com sua carreira a partir de agora, e enquanto os fãs
podem se divertir com 14 novas músicas e um disco que apesar de fraco não é
irritante em momento nenhum, para os não fãs ‘Rebel Heart’ será apenas deixado
de lado. Madonna pode e deve mais.
3/5