" Legal...Porém Desnecessário"
A pergunta que
ficou por horas depois do término de “O Bom Dinossauro” foi: “Será que
realmente a Pixar precisava desse filme?”. Afinal ele foi lançado no mesmo ano
que ela nos entregou o seu melhor trabalho dos últimos 5 anos, que foi “Divertida
Mente”. A Pixar nunca precisou mostrar o seu verdadeiro potencial, afinal todo
mundo conhece muito bem seus clássicos e também conhecemos seus tropeços
(Alguém falou de Carros 2?). Mas é que toda a vez que sabemos que o estúdio
está preparando uma nova animação ficamos curiosos e também com uma certa
ansiedade de saber se ela será ou não um clássico.
A história
acompanha Arlo, o caçula dos três filhos de uma família de dinossauros.
Diferente dos irmãos, Arlo é um desastre nos afazeres cotidianos por conta do
medo que possui de tudo e de todos, apesar da ajuda e incentivo dos pais. Após
uma série de fracassos, Arlo tem a chance de matar a criatura que está roubando
a comida que sua família armazenara para o inverno – mas descobre que o ladrão
é um menino humano primitivo e, por pena, deixa-o escapar. Mais tarde, tentando
consertar a situação, Arlo se afasta do seu lar e reencontra o garotinho, tornando-se
amigo dele e procurando um caminho de volta para casa.
Apesar de
começar de uma forma promissora, questionando ao espectador como seria a
relação entre humanos e dinossauros, caso o asteroide que causou a extinção
deles não tivesse atingido a terra. Porém tudo acaba se perdendo no decorrer,
pelo simples fato de O Bom Dinossauro não empolgar e acima de tudo não surpreender.
Infelizmente ele é uma amontoado de cópia de vários outros longas: a maneira
escolhida para abordar a amizade entre Arlo e o menino, nos remete a amizade
entre Woody e Buzz de uma maneira tão simples que é impossível de acreditar que
pertencem ao mesmo estúdio. A jornada do nosso personagem principal em busca de
seu verdadeiro objetivo, lembra também Procurando Nemo. A maneira construída
para apresenta Spot, o menino primitivo, recorda a utilizada em Mogli. Porém a
maior semelhança encontrada aqui é no clássico de 1994, O Rei Leão, inclusive
há sequencias que são praticamente idênticas ao longa. O problema em O Bom
Dinossauro não é que ele quis prestar uma homenagem a diversos clássicos
animados e sim ele utilizou as ideias deles para criar a sua própria história.
Sua curta
duração, de 1h30, acaba se tornando uma experiência cansativa e nada empolgante
para o público adulto. As crianças vão sentir falta de personagens carismáticos
(marca que o estúdio tem e que aqui ficou devendo) e também o humor parece que
foi esquecido pois são raros os momentos em que rimos.
O Bom Dinossauro
consegue ser bem feito tecnicamente, mas peca em sua história, nada original.
Não podemos dizer que é o pior filme da Pixar, até porque é difícil concorrer
com Carros 2 e Valente.
O Bom Dinossauro
de fato não é um marco para o estúdio, que nos apresentou obras bem mais
marcantes. Ele é apenas legal, porém
desnecessário.
Nota: 6.0/10