Ninguém esperava que “A Escolha Perfeita” em 2012 fosse se tornar um verdadeiro sucesso de bilheteria, já que sua história trazia algo até então pouco explorado: músicas em a capella. Diante todo esse sucesso de público e crítica, uma continuação era mais que certa e três anos depois chegou a continuação, mas com um leve gosto de decepção.
A história do segundo filme talvez seja a única diferença que poderemos notar do primeiro pro segundo filme: Após conquistarem o sucesso, as Barden Bellas ganham a oportunidade de se apresentar para ninguém menos que o presidente dos Estados Unidos. Só que o show é um grande fiasco, o que as torna uma vergonha nacional. Diante do ocorrido, as Bellas são proibidas de participar de competições no meio acadêmico e até mesmo de aceitar novas integrantes. A única saída de Beca (Anna Kendrick), Fat Amy (Rebel Wilson) & cia é vencer o campeonato mundial a capela, o que apagaria as punições aplicadas ao grupo. Mas há um problema: nunca uma equipe americana venceu o torneio.
Talvez um dos grandes problemas do filme esteja no roteiro desenvolvido pela Kay Cannon, a roteirista não consegue desenvolver uma história para se aprofundar e decide fazer quase que uma “reciclagem” de tudo aquilo que deu certo no primeiro filme e trazer para esta continuação.
A entrada de outros grupos dá um tom mais divertido pro filme, principalmente porque eles acabam se tornando os verdadeiros antagonistas do filme, destaque merecido para a participação do excelente grupo acapella Pentatonix no campeonato mundial, eles são um dos grupos mais conhecidos dos Estados Unidos.
Porém quando acaba esses números musicais, o filme só é decepção atrás de decepção. Ele não consegue acertar em momento algum no humor, principalmente ao continuar tentando nos empurrar que a atriz Rebel Wilson é uma comediante e acima disso engraçada, sendo que ela não consegue sair do estereótipo : mulher branca, acima do peso e barraqueira. Anna Kendrick se sai apenas bem como a nova líder das Bellas, um fato curioso é que a subtrama da personagem consegue chamar mais a atenção do que a sua própria trama original, mas infelizmente o roteiro consegue destruir ela também.
A única novidade no elenco é a presença da indicada ao Oscar, Hailee Steinfeld, que seria aqui uma nova “Beca” e que precisa se inserir nesse mundo, encontrar sua vocação e superar os desafios. Porém a participação da atriz é simplesmente apagada e sem charme, sendo que a atriz tem uma bela voz e poderia render ótimos números para o filme.
A escolha de Elizabeth Banks para a direção do filme com certeza foi um tanto quanto arriscada. Se no primeiro filme tinha uma narrativa ágil e rápida, aqui muitas vezes a narrativa parece se arrastar, mas, devemos dizer que ela consegue se sair bem mas poderia ter entregado algo muito melhor.
Se no primeiro filme tínhamos a sensação que as músicas, concentradas mais no pop, deixavam o filme com uma sensação de desatualizado e que não casavam uma com a outra. Aqui a trilha sonora está muito melhor, seus remix e mashups conseguem casar umas com as outras e passam um ar completamente novo.
A Escolha Perfeita 2 infelizmente não trouxe nada de novo e inovador para sua sequencia, onde simplesmente se delimita a beber da fonte do primeiro filme para trazer novas aventuras ao grupo musical. Segurando-se apenas nos bons números musicais, o filme perdeu todo aquele charme que tínhamos no primeiro e a sensação que passa para quem está assistindo é que não quiseram arriscar para não errar. Uma terceira sequencia já está confirmada pela Universal, agora resta saber se vamos ter um filme realmente a
nível do primeiro.
Nota: 6.0/10