Se há um tema recorrente na história do cinema, é o holocausto, e volta e meia somos surpreendido com produções ótimas e outras nem tanto. O mais novo filme a tratar sobre esse assunto é “A Dama Dourada”, que por sua vez é inspirado em um livro chamado “The Lady in Gold: The Extraordinary Tale of Gustav Klimt’s Masterpiece, Bloch-Bauer”.
A história do filme é a seguinte: Maria Altmann (Helen Mirren) uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, que após perder sua irmã, resolve processar o governo austríaco, para reaver o quadro A Dama Dourada, que foi realizado por Gustav Klimt e retratava sua tia. A obra foi roubada pelos nazistas durante a ocupação do país. Para esta missão ela solicita ajuda a um inexperiente advogado, Randol (Ryan Reynolds), filho de uma amiga.
Infelizmente “A Dama Dourada” se encaixa naquele segundo padrão, os dos filmes que tentam mas infelizmente não consegue revelar o seu verdadeiro motivo. Um dos principais motivos é o roteiro de Alexi Kaye Campbell, que diversas vezes apresenta problemas em sua narrativa. O roteiro não deixa claro as verdadeiras intenções tanto do advogado quanto da própria Maria Altmann, o que nesse caso seria o essencial para desenvolver a história do caso. Outro problema do filme são seus personagens secundários que além de serem mal aproveitados, por muitas vezes não apresentam motivo algum de estarem em cena e algumas vez acabam saindo sem dar nenhuma explicação. Algo que falta também no filme são as tensões nas cenas do julgamento, por muitas vezes parece que estamos em um jantar ou em uma conversa entre amigos de tão calmo que rola o julgamento. A falta de tensão entre as partes é tão superficial, que torna tudo tão rápido e incoeso. Por mais que a equipe técnica tenha se dado ao trabalho de pesquisar e fazer algo esteticamente bonito, as cenas de flashback acaba cansando, devido a vai e vem da história e de seu uso.
Saindo da parte dos erros e entrando nos acertos do filme, o grande destaque mesmo vai para a equipe técnica, desde a fotografia até a montagem, é tudo adequado e caprichado. Até porque o filme se passa em duas décadas os anos 40 e os anos 80), então esse cuidado é mais do que necessário, para poder passar uma credibilidade ao espectador. Nisso o filme acerta em cheio e não temos o que criticar.
O elenco do filme traz os conhecidos Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Max Irons, Daniel Bruhl e Jonathan Pryce. Apesar de ter um elenco com nomes bastantes conhecidos, nem todos conseguem ganhar o respeito e atenção do público. As atuações de Katie Holmes e Daniel Bruhl estão corretas e nada mais, nos dando a sensação de estarem atuando no piloto automático. Diferente de Helen Mirren e Ryan Reynolds que seguram o filme o tempo todo e nos entregam uma atuação convincente e de fácil identificação. Helen que é uma das maiores camaleônica do cinema, consegue novamente dosificar o drama e o humor em uma personagem. Depois de Meryl Streept, podemos dizer que Helen Mirren é uma das maiores atrizes que o cinema tem nos dias de hoje. Já Ryan Reynolds, que aqui interpreta um um advogado humano, de fácil identificação do publico, um homem que erra, se atrapalha, mas nunca perde a esperança, consegue nos entregar sua melhor performance dos últimos anos. Impossível você não se envolver com a sua luta em defender a personagem de Mirren.
A direção do longa ficou por conta de Simon Curtis que antes havia dirigido o aclamado Minha Vida com Marilyn, infelizmente não consegue atingir seu êxito aqui.
Diferente de produções com A Lista de Schindler ou até mesmo o recente O Menino do Pijama Listrado, A Dama Dourada é um filme totalmente esquecível horas depois de você ter visto. Talvez não cause o impacto que os dois filmes citados acima causaram mas que mesmo assim tem elementos interessantes que merecem sua devida atenção.
Nota: 6.0/10