Quem nunca se mudou de casa, de cidade ou de escola? Agora, imagina tudo isso acontecendo de uma vez só. É isso que vamos acompanhar na nova animação da Disney/Pixar que chega aos cinemas brasileiros.
Divertida Mente chega aos cinemas depois da Disney ter tido todas as atenções no ano passado, com seu clássico atual “Frozen”, que corou o retorno triunfal das princesas para o mercado infantil. Mas esse reinado está acabando pouco a pouco, já que uma nova animação foi capaz de causar (literalmente) todas as emoções possíveis dos jurados no Festival de Cannes.
E quem é essa nova queridinha, o seu nome e endereço são esses: Divertida Mente (Inside Out), a nova animação dos estúdios Pixar.
Acompanhamos Riley uma garota divertida de 11 anos de idade, que deve enfrentar mudanças importantes em sua vida quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal, no centro dos Estados Unidos, para viver em São Francisco. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, a Repulsa e a Tristeza. Embora esses grupos sejam normalmente organizados, a chegada de Riley a uma nova escola faz com que todas as emoções se misturem.
Podemos dizer que é difícil encontrar algum filme da união Pixar-Disney que tenha errado a mão (acredito que apenas a franquia de Carros, seja a mais questionada), por isso não vai ser nenhuma surpresa ao escutar dizer que Divertida Mente já é um novo clássico do estúdio.
Cada um dos personagens é responsável por uma parcela de suas ações e decisões, e esse revezamento no comando das decisões da pequena garota é o que dá rumo para que a história se torne mais atraente.
Um dos maiores méritos de Divertida Mente, é seu roteiro que encontrou uma excentricidade para contar uma história que pode ser tão complexa. Os parabéns vão para os roteiristas Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley que encontram uma maneira tão brilhante de explicar cada uma das emoções que se passam na cabeça da gente, principalmente na hora de construir o caráter. O time conseguiu fazer uma representação lúdica, o papel das experiências e das memorias no processo de amadurecimento físico e emocional de uma pessoa. Um tema que pode ser tão sensível para o público adulto e tão complexo para o público infantil, caracteriza essa nova animação da Disney.
Quem rouba a atenção durante todo o tempo da animação é a dupla Alegria e Tristeza (uma dupla que conquista a todos), ambas oscilam entre momentos de antagonismo e harmonia. Já que é delas a principal trama da animação, já que ambas são acidentalmente expulsas da sala de controle das emoções de Riley, permitindo que a personagem viva, momentaneamente, um breakdown emocional, já que as outras três emoções são incapazes de tomar decisões sensatas sobre as atitudes da então pré-adolescente. É então que a jornada de Alegria e Tristeza para voltar ao controle garante uma surpreendente experiência para quem está assistindo, pois podemos perceber como funciona toda a estrutura industrial que existe dentro do cérebro da menina Riley. É nesse período que podemos ver porque esquecemos de algumas lembranças, onde nascem os sonhos e como a tristeza pode se tornar um grave quadro de depressão.
Divertida Mente é sem sombra de dúvidas, um filme para crianças, mas que vai conquistar de vez o coração de todos os adultos que forem assistir no cinema com ou sem seus filhos. Fato que é quase que comum nos filmes da Pixar, aqui muito mais já que tem muitas sacadas que vão passar despercebidas pelas crianças porém para os pais servirá de alguns momentos de reflexão.
Assistir Divertida Mente é mais que uma obrigação, é um dever para qualquer apaixonado por cinema e para quem adora uma boa história contada em forma de animação. Não tenha medo e vá assistir, sozinho, em família, com seu namorado (a) ou até mesmo com seus amigos, mas o importante é que você vá assistir.
Nota: 10/10
