Mendes não é um talento de ouro. Ouvindo seu álbum não se vê nada além de um projeto de compositor, uma voz fácil, e uma certa quantidade de carisma. Suas letras tentam ser inovadoras com ideias batidas, ao tentar utilizar palavras diferentes das que foram usadas em toneladas de outras canções, e tentar colocar simplicidade ao apresentar sua habilidade com o violão. 'Strings', 'Stitches' e 'Aftertaste' são os exemplos perfeitos. Ele é mais talentoso que Bieber, e até que Mahone, no quesito voz, consegue conduzir bem sua voz por uma canção, mas não consegue deixar nenhuma melhor por conta disso.
Esse é o grande problema das músicas feitas por esses garotos, elas são o que são e pronto. Não é algo como se Justin Timberlake tivesse começado assim, e agora no atual nível em que se encontra fosse cantar esse tipo de música. Parece que são feitas apenas como uma obrigação, sob o pensamento de "vou lançar canções assim até ter uma imagem mais adulta, então me reinvento". Não consigo imaginar, caso Mendes faça sucesso posterior em sua carreira, que ele vá querer continuar cantando estas mesmas músicas que ele faz questão de mostrar que foram feitas de forma simples, ao intitular o álbum de 'Handwritten'.
Realmente não é nada que irrite, ou que ofenda o ouvinte. Dois ou três sons são um pouco mais instigantes, e podem até forçar uma segunda ouvida. O single que o tornou famoso 'Life of The Party' e a um tanto (mas não muito) empolgante 'Something Big', quase chegam ao próximo nível, onde poderiam ser encaixadas em álbuns quando o cantor estiver adulto.
O resultado final é o mesmo que começou tantas vezes nos últimos anos. Uma pequena quantidade de talento, presa na mesmice, porém sem uma produção confusa e de uma badalação imposta pela imprensa. Shawn Mendes é o mesmo que suas composições, é o que é, e pelo menos não o tentam fazer maior do que ele pensa, como fizeram com Bieber, talvez isso seja seu trunfo. No entanto, para se tornar algo além do que a premissa mostra, há um caminho muito longo.
2,5/5