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Especial Oscar: O Grande Hotel Budapeste


Inteligente, bonito, e divertido, O Grande Hotel Budapeste é um filme britânico-alemão estrelado Ralph Fiennes e dirigido por Wes Anderson. A produção ganhou o maior número de indicações para o Oscar de 2015 com nove, e já sextuplicou os 30 milhões gastos em sua produção. O sucesso crítico e comercial é altamente justificável, visto que o filme não precisa de mais de uma hora e meia para convencer o espectador e foi montado de forma magistral.


Com um humor mais leve que o de 'Birdman', o outro filme de comédia indicado ao Oscar de Melhor Filme, 'O Grande Hotel Budapeste' aposta em poucas cenas de comédia direta, no entanto, todas são dotadas de uma simplicidade capaz de arrancar risadas de qualquer um que se ver imerso na história.

O filme é dividido em partes. Durante o prólogo, uma garota se aproxima a um monumento com um livro em mãos, no qual conta a história de um personagem conhecido apenas como "O Autor" (Jude Law, quando jovem, Tom Wilkinston quando velho) durante uma viagem ao grande hotel no ano de 1968. O filme se passa na fictícia república de Zubrowka, um estado alpino europeu em tempos de guerra e pobreza. O Autor encontra no hotel, agora em decadência, um homem chamado Zero Mustafa (Tony Revolori e F. Murray Abraham) que conta a ele a história ocorrida no filme. Fiennes vive um Conciérge, conhecido por conta de ter diversos casos com mulheres mais velhas, todas clientes do hotel. Quando se vê acusado da morte de uma de suas ex-amantes, se junta à Zero, então o mensageiro do hotel, em uma jornada para provar sua inocência.

O filme transcorre de forma rápida e simples, com suas poucas cenas bem divididas e justificadas. Fiennes, apesar de não fazer uma performance digna de Oscar, nos mostra uma grande construção de personagem, e junto ao jovem mensageiro comandam o filme. Com um número incrível de participações, inculindo Owen Wilson, Willem Dafoe, Edward Norton e Bill Murray, o único erro do filme foi não apostar mais nas atuações individuais, deixando os personagens em um quase segundo plano enquanto a história se desenvolvia. Não se vê choro, cenas tocantes ou entregas incríveis, mas cada ator cumpre seu papel para a construção final.


Os cenários de certa forma mal feitos de propósito são incríveis, desde as montanhas até o visual exagerado do hotel. As roupas, maquiagem e ambientação são impecáveis, fazendo do filme um verdadeiro espetáculo visual, sem precisar se apoiar em efeitos. A trilha sonora fora encaixada de forma ótima, e a edição final está próxima do nível de arte, com suas sequências explicativas simples e divertidas.

Não fosse 'Boyhood', Wes Anderson poderia ser o principal nome para levar o prêmio de Diretor do Ano. Com tudo em seu perfeito e devido lugar, com suas cenas justificadas, e com sua sucinta história e desenvolvimento, 'O Grande Hotel Budapeste' é agradável a todas as audiências, é extremamente divertido à todos que imersarem em sua história, e um show de direção e edição. Um filme peculiar, de fato, mas uma obra que merece ser vista e revista com o passar do anos

9,5/10
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