O ano de 2013 foi ótimo, tivemos Kanye West, Daft Punk e Beyonce lançando grandes registros. Tivemos Miley Cyrus chocando a todos como um artista não fazia desde Lady Gaga e seu vestido de carne, a mesma que se comportou em ‘Artpop’ (é). Tivemos Drake lançando a melhor música de sua vida e Justin Timberlake retornando aos trabalhos. O amadurecimento tanto de Bruno Mars e Katy Perry (este meio tardio). Pharrel Williams “nasceu” na visão de todos, e Lorde nasceu literalmente para a música. Robin Thicke fez todos dançar, e até Jay-Z e Eminem protagonizaram um ano em alta no Hip-Hop. No entanto, com tanta fartura em um ano, o próximo só poderia ficar como 2014 ficou, fraco.
Quando os únicos destaques são resquícios de um ótimo ano e
um único grande lançamento (1989) faz a indústria respirar, realmente o ano se
torna lamentável. Não que 2014 não tenha tido seus momentos; Jason Derulo se
reinventou para poder fazer sucesso; Iggy Azalea provou que tem tanto apelo
comercial quanto as cantoras pop, mesmo que isso custe o talento que ela
pareceu demonstrar; Ariana Grande surge como a nova “princesa do pop”, mesmo
seu apelo sendo menor que Britney, Beyonce, Lady Gaga, Katy Perry e Rihanna em
seus respectivos começos de carreira; Coldplay voltou um pouco a velha forma pensativa
e introspectiva, que nunca deveria ter deixado; Fifth Harmony foi eleita "Artista para se Assistir" pela MTV com méritos; John Legend emplacou seu
primeiro grande sucesso e Sam Smith surgiu. Vendo por esse ponto, foi um ano
movimentado, se todos esses esforços juntos não fossem facilmente trocados
pelos 40 minutos de ‘Yeezus’, ou os cinco de ‘Get Lucky’ (excluindo Sam Smith
dessa troca).
Os destaques não elevam muito, porém aquilo que fracassou
abaixa tudo que não foi levantado. Nicki Minaj quer lançar o ‘The Blueprint’
(obra prima consentida de Jay-Z) em versão feminina, e para começar lança uma música
chamada ‘Anaconda’. Somos apresentados a cantora mais genérica dos últimos
anos, quando Charly XCX canta no maior hit de verão dos últimos anos, e não,
‘Fancy’ não é uma boa música. Maroon 5 continua com mais do mesmo, não troca musicalidade
nem letras, e a banda que pareceu promissora ao lançar clássicos em 2004, agora
parece totalmente sem ideias. Nick Jonas dá a si mesmo o status de “Justin
Timberlake dos Jonas Brothers” mesmo sem, aparentemente, ser ninguém no mundo
na música. O Grammy, como sempre, se torna um show de horrores, e cada vez mais deixa de ser uma premiação dos "melhores da música" e se torna uma premiação popular, ao menos Beyoncé bateu um novo recorde de indicações. E para fechar, Selena Gomes começa a perceber a sua qualidade, ou
falta dela, ao vender menos de 20 mil cópias na semana de lançamento de seu
mais que genérico álbum ‘For You’.
No cenário brasileiro? Bom, trocamos de Anitta, Naldo e Luan
Santana para Anitta, Mc Guimê e Luan Santana. O The Voice retrocedeu para um
programa fraco e sem brilho e como de costume não surgiu nenhum artista unânime
no país, o mesmo de sempre. Um pouco pior talvez, Ludmilla agora acha que é uma artista.
Quando não se tem álbuns, apresentações ou cantores novos para se falar por conta de sua totalidade, recorremos a singularidade, e alguns dos singles que deixaram este ano menos esquecível.
10 – Magic – Apesar de não ser do mesmo nível que os pontos
altos da carreira da banda, ‘Magic’ é uma balada interessante e inovadora, e
nos relembra o que Coldplay pode fazer quando está um pouco afim, em um ranking
de músicas, fica atrás de ‘Viva La Vida’, mas possivelmente à frente de
‘Paradise’.
9 – Bang Bang – Jessie J não impressiona sozinha, Minaj
causa asco em algumas pessoas e Ariana ainda não passa de uma “promessa”, mas
não se pode tirar o mérito de ‘Bang Bang’. A música nem fez a listagem final de
‘My Everything’, prova de como Ariana ainda tem MUITO o que aprender, mas se
diferenciou de tudo que foi feito em 2014, com um ritmo contagiante e vocais
empolgantes, a música foi muito bem construída e fez e ainda vai fazer barulho
por um tempo.
8 – All of Me – Uma música de amor como a um certo tempo não
se via, direta e que não fala sobre separação ou dor, coisa que virou moda nos
últimos anos. John Legend e sua ótima performance vocal a deixaram soando como
grandes clássicos de cantores como Lionel Ritchie e Stevie Wonder.
7 – Every Breaking Wave – Não se acostumem a ver músicas de cantores e bandas dos anos 90 ou menos em listas da SuperTenimento, a prioridade será sempre as novas vozes, no entanto a bela música do U2 remeteu à sua melhor fase e mostra que a banda ainda está soando revigorada, mesmo depois de 20 anos na estrada. Utilizando um tema que muito se vê hoje em dia, mas com a maestria musical de dias melhores, ‘Every Breaking Wave’ faz uma entrada nas melhores músicas deste ano.
7 – Every Breaking Wave – Não se acostumem a ver músicas de cantores e bandas dos anos 90 ou menos em listas da SuperTenimento, a prioridade será sempre as novas vozes, no entanto a bela música do U2 remeteu à sua melhor fase e mostra que a banda ainda está soando revigorada, mesmo depois de 20 anos na estrada. Utilizando um tema que muito se vê hoje em dia, mas com a maestria musical de dias melhores, ‘Every Breaking Wave’ faz uma entrada nas melhores músicas deste ano.
6 – Stay With Me – Esperavam um lugar mais alto? ‘Stay With
Me’ é uma música simples e sincera, e mesmo que não fosse cantada por Sam Smith
ainda mereceria uma posição alta, no entanto é inviável comentar sobre a música
sem falar de como ela é impulsionada pela potência vocal do cantor. A “versão
masculina da Adele” pode não ter sido tão marcante, mas impactou quase da mesma
forma que a mesma em 2011.
5 – I (Love Myself) – Kendrick Lamar é o maior gênio que surgiu na música desde Kanye West. Seu primeiro disco foi aclamado e colocado em diversas listas de fim de ano, e sua primeira música de seu segundo trabalho mostra que ele vai continuar bem e evoluindo, I (Love Myself) é uma evolução em comparação a ‘Good Kid, Maad City’ e sinal de maturidade musical a Kendrick.
4 – Move That Dope – Rappers negros falando sobre drogas e provavelmente Pharrel Williams para cantar o refrão, certo? Errado, ‘Move That Dope’ pode não ter feito tanto barulho, mas é o futuro das canções sobre negros e drogas, e mostra com humor e inovação que esse velho problema sempre poderá ser abordado de forma visionária e inteligente no ritmo musical que menos decaiu de qualidade durante as mudanças de década.
5 – I (Love Myself) – Kendrick Lamar é o maior gênio que surgiu na música desde Kanye West. Seu primeiro disco foi aclamado e colocado em diversas listas de fim de ano, e sua primeira música de seu segundo trabalho mostra que ele vai continuar bem e evoluindo, I (Love Myself) é uma evolução em comparação a ‘Good Kid, Maad City’ e sinal de maturidade musical a Kendrick.
4 – Move That Dope – Rappers negros falando sobre drogas e provavelmente Pharrel Williams para cantar o refrão, certo? Errado, ‘Move That Dope’ pode não ter feito tanto barulho, mas é o futuro das canções sobre negros e drogas, e mostra com humor e inovação que esse velho problema sempre poderá ser abordado de forma visionária e inteligente no ritmo musical que menos decaiu de qualidade durante as mudanças de década.
3 – Turn Down For What – Como uma música praticamente sem
letras adicionais sem ser o seu próprio título pode estar no top 3 de alguma
lista de fim de ano? Fácil, crie um movimento por trás dessa música e a faça
significar alguma coisa, o que é preferível do que encher um CD com músicas
vazias e cópias baratas de outros cantores. 'Turn Down For What' significa muito mais do que apenas uma batida. Deal with it.
2 – Blank Space – ‘Blank Space’ não deveria estar tão alta
nesta lista, afinal não é a melhor música de 1989, sendo que ‘Out of the Woods’
não foi lançada, mas é um exemplo de crescimento tanto lírico como musical, e
um sinal de esperança para o pop tradicional. Taylor Swift pode continuar
falando sobre seus ex-namorados enquanto todos comentam o quanto ela é insana
com isso. Se ela continuar fazendo boa música, é uma boa troca.
1 – Flawless (Remix) – Não se pode dizer muito. Nicki Minaj
parece que nasceu para fazer aparições, ainda mais quando na sua segunda melhor
até a data ela relembra a sua melhor (em ‘Monster’ de Kanye West, 2011). Apesar
da desnecessária comparação com Michael Jackson, ela e Beyonce tornam uma
música já boa e um dos destaques do aclamado 'Beyoncé' em uma verdadeira obra. ‘Flawless’ é curta, no entanto é crua e
verdadeira como a vida é. Não apenas uma música para mulheres, uma música para
todos sobre mulheres, uma parceria monumental.
Menções
honrosas:
Shake it
Off - Taylor Swift tentou ser branda e leviana, e conseguiu fazer isso de forma profunda. 'Shake it Off' lembra muito o Pop dos anos 80, e é uma boa lembrança.
Problem - Ariana Grande canta bem e explora sua voz como em nenhuma outra música de sua carreira, a não ser 'Bang Bang'. Iggy Azalea larga um verso consistente, um pouco repetitivo é verdade, mas melhor que todos em 'Fancy'. O grande destaque, no entanto não poderia ser outro se não Big Sean, que nem ao menos foi creditado na capa do Single.
País do Futebol - Me apresente uma música que melhor retrate
a situação de diversas crianças e jovens no Brasil que não ‘País do
Futebol’. Mc Guimê é considerado o rei do Funk ostentação, seja isso um estilo
musical ou não, no entanto ‘País do Futebol’ é uma música honesta, inteligente
e generosa, não se acanhem em gostar dela, ambos os versos, tanto de Guimê como de Emicida são bem estruturados, com metáforas muito bem utilizadas e com um ritmo e refrão que prendem qualquer um. É uma grande, grande música.